.vinhos

Largou a taça das mãos, dormentes pela sensação, porém urgentes em querer sentir. Levantou-se da cadeira em um gesto rápido e agoniado. Nada mais conseguia se acomodar facilmente. Somente mais um instante e nem ao menos a cadeira suportaria tanto peso. Correu para a janela na esperança de uma brisa, mas nada veio. Apenas a respiração ofegante, aquela que se desprende do corpo em um ato desesperado. A busca por um alívio, ar livre... Daqueles dias que tudo lá fora parece chamar. Uma força a mais e logo deformaria todas aquelas grades que insistiam em querer prendê-la.
Para um Ser inflamável, um gole de vinho é chama viva.

Comentários

liv disse…
vinho e calor e nossa inquietação frente à vida,que segue com seu ritmo ondulado...
teu espaço ta recheado de sensaçoes e eu meu leio aqui sempre.
:***
trici disse…
como vc escreve bem...!

(achei seu blog no de um colega ._.)
Bob Ru disse…
Um gole desse Vinho queria poder sentir nos meus momentos de melancolia. Se é chama viva, apresente-me. Se já me foi apresentada, sua passagem foi tão rápida que não senti a quentura despertadora.

Um lapso que pode liberar a lufada que está contida dentro de nós.

Abraço, Roberto.

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