da essência.

o sol tocou os olhos sem pena alguma. doeu. ardeu. algumas lágrimas caíram. nada mais.
nada que algumas horas não possam curar.
quantos sóis nos olhos seríam necessários para que ela fosse capaz de se enxergar por dentro?
uma desculpa tão boba para que as lágrimas caíssem, quando sabemos que, na verdade, no íntimo, não precisam de desculpa alguma para saírem.
salgadas como o mar, por vezes, furiosas como a ressaca, tragando a dor.
e o sol, que não tinha culpa alguma, agora, se retirava.
enquanto caía, as nuances pintavam o céu.
um breve olhar através da janela e logo se via o espetáculo de cores, crepúsculo.
sem o sol para culpar, fez-se lágrimas.
e naquele momento, absorta, sentiu o vento levar a chuva que nascia dos seus olhos.
como um alívio, brotou um sorriso.

um suspiro de vida.

Comentários

Anônimo disse…
sempre arrasando!

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