tem alguém aí?
A mão percorria o rosto, passava pela testa, afastava os cabelos, descia pelo nariz, desviava para os olhos, escorregava pela bochecha, tocava os lábios ... parava no queixo. Havia algo engasgado. A luz, batendo na vista, irritava até os pensamentos. ¨ — Silêncio!¨, era o grito abafado. É que por dentro, naquela mente agoniada, seus múltiplos eu's não sossegavam. Muitas dúvidas e apenas uma certeza, era pouco corpo para tantas vidas. Livrando-se da luz, deixou-se entregue à música, que era quase o próprio silêncio. Absorta no momento de escape, sentiu todos os seus monstros cotidianos sumirem. A melodia que entrava pela pele a fez fechar os olhos suavemente. Habitava agora qualquer espaço distante, quem sabe, o dos sonhos. Não tocando mais a cama, percorria o mundo que queria. Um vôo alto para quem precisa se desligar, mas bastante fácil para quem já conhece o caminho. O sono e os sonhos.
Comentários
tenho dessas agonias demasiadamente!
do peito pra mente, da mente pro peito. e principalmente se a mente mente pro peito... :/
mas acontece.
e tu traduz!
:*
maybe even a paperback writer ;)